24 de abril de 2024 Atualizado 19:16

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Americana

Americana tem maior mortalidade por Aids desde 2011

Vigilância registrou 17 mortes de portadores da doença em 2020; pandemia prejudicou trabalho preventivo

Por Marina Zanaki

08 de agosto de 2021, às 10h44

Americana registrou a maior mortalidade de portadores da Aids no ano passado desde 2011. A Vigilância Epidemiológica confirmou 17 óbitos de pessoas com a doença em 2020. Para a prefeitura, a pandemia da Covid-19 pode ter influenciado na alta taxa.

De acordo com a Vigilância, do total de 17 vítimas portadoras do vírus, três mortes foram associadas à Covid-19 e três por Aids relacionadas a outras causas.

Esse aumento observado vai na contramão do que vinha ocorrendo na cidade. O LIBERAL mostrou, em 2019, que a mortalidade pela doença caiu 25% em uma década. Naquele ano, haviam sido registradas 10 vítimas.

Nos anos anteriores, o número mínimo de mortes pela doença em um ano foi cinco, em 2016. No ano de 2011, 17 pessoas morreram com a doença.

Para o Serviço Especializado em Infectologia de Americana, as causas desse aumento podem estar associadas à pandemia, que acabou impactando na prevenção.

O serviço realiza busca ativa com testes rápidos e orientação à população vulnerável, por meio do CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) Itinerante. Contudo, o trabalho nos bairros foi interrompido pela pandemia. Isso pode ter prejudicado na identificação de infectados.

Mesmo com o número recorde de óbitos, 2020 registrou o segundo menor número de novos casos da doença desde 2006. Foram registrados apenas 20 novos soropositivos no ano passado.

A Secretaria de Saúde disse que está aguardando as condições sanitárias adequadas para a retomada do serviço.

Fiscalização

A vereadora Professora Juliana (PT) esteve esta semana no Serviço Especializado em Infectologia de Americana. Ela observou que os funcionários estão sobrecarregados pois a equipe está reduzida. Segundo Juliana, a única recepcionista destinada à unidade tem carga horária de trabalho menor que o horário de funcionamento do serviço, então a unidade fica sem recepção à tarde. Além disso, conta com apenas uma médica, que se dedica quatro horas por dia ao local.

“O que chamou a atenção ali, como em quase todos os serviços de saúde na cidade, é que não tem um quadro de servidores completo. Chegou a ter mais de um médico infectologista, mas hoje é apenas uma. Em relação à recepção, a pessoa vem muitas vezes com constrangimento devido ao estigma, e é importante ter um recepcionista para fazer um primeiro acolhimento”, disse a vereadora.

Ela enviou um requerimento à prefeitura questionando sobre a possibilidade de ampliação da equipe e também sobre a retomada do CTA Itinerante.

A Secretaria de Saúde disse que, com o quadro atual, “o serviço tem sido feito regularmente, sendo garantida toda a assistência aos pacientes que procuram o local”.

Publicidade