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Designer de Americana integra equipe vencedora de Leão de Prata de Cannes

Projeto idealizado pelo Estúdio Colletivo criou um código universal para salvar vidas chamado IDverse; leia entrevista com Camila Gargantini

Por Jucimara Lima

23 de julho de 2021, às 09h49

Camila Gargantini – Foto: Arquivo pessoal

Com apenas 26 anos, a americanense Camila Gargantini acaba de conquistar um Leão de Prata de Cannes, categoria Pharma, mérito alcançado por um seleto grupo de profissionais.

Formada em Design pela Facamp (Faculdade de Campinas), desde o início da pandemia ela trabalha como freelancer, e tem se especializado em design estratégico de marcas e identidade visual.

Desafiada pela diretora da agência de design Estúdio Colletivo, a designer criou um código universal para salvar vidas chamado IDverse. Basicamente, o projeto premiado é um código de identificação universal que tem como objetivo promover a segurança dos pacientes.

Quanto tempo trabalhou no projeto IDverse?

Como foi um projeto “Pro bono”, ele precisou ser relativamente rápido, então durou em torno de um mês ou dois no máximo.

Qual a sensação de ganhar um Cannes?

A sensação confesso que é apavorante. A criação das agências e estúdios de design é majoritariamente masculina, então nós mulheres temos que matar um leão por dia para sobreviver naquela selva, e sempre permeia uma síndrome da impostora, de não ser tudo isso para ganhar um prêmio dessa dimensão, que foi sorte. Além disso, o fato de ter vindo do interior pesa muito no universo paulistano. Existe um apagamento muito grande das origens para ser considerada uma boa designer. Então, confesso que estou me acostumando ainda com essa visibilidade, com as pessoas me parabenizando e esperando meus próximos passos ou prêmios.

Como tem sido para você o sentimento de poder ajudar tanta gente com sua criação?

A sensação que esse projeto me traz é incrível, e ver ele sendo reconhecido assim internacionalmente é muito gratificante. Eu optei pelo design para fazer a diferença na vida das pessoas, e nem sempre a gente tem esse espaço no mercado. Eu abracei essa oportunidade que o estúdio teve, junto com o meu chefe Marcelo Roncatti, e a gente resgatou esse sonho de jovem designer. Nos divertimos demais ao longo do processo e o resultado é ganhar o mundo!

Em quanto tempo o código estará em funcionamento? Já sabe qual será o primeiro país a colocá-lo em prática?

O projeto já está sendo implementado no Brasil. Agora, o maior desafio, acredito que seja o de incentivar pessoas, instituições e hospitais a aderirem esse novo código de identificação. Para isso a Havas Health, empresa responsável pelo projeto, está se movimentando.

A gente sabe que a criação nunca para. Já está pensando em outros projetos nesse sentido, de repente ganhar um segundo leão?

Felizmente tive meu nome envolvido em outro projeto premiado logo depois do leão, dessa vez com ouro no Latin American Design Awards. Com esse já são quatro prêmios! A verdade é que eu vejo todo esse reconhecimento como consequência de um propósito de vida: o de me divertir, de curtir o processo, de cuidar de um mundo doente que já está saturado de gente ruim que só pensa em dinheiro, então enquanto eu for fiel às minhas crenças e fazer as coisas com amor e dedicação e isso me render mais prêmios, que assim seja!

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